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Maria do Carmo Therezinha Lobão Ayres Souza nasceu em Itabaianinha aos 25 de maio de 1935. Lalia, como era carinhosamente chamada em família, foi a caçula dos seis filhos do casal de educadores estancianos Antônio Ayres e Alzira Cedro Lobão Ayres, e viria a ser a grande herdeira da missão iniciada pelos seus pais com a fundação do Grêmio Escolar Serrano no ano de 1930 na cidade de Itabaianinha.

A instituição era uma referência na educação de jovens sergipanos, principalmente, os residentes na região centro-sul e no norte da Bahia, atraídos pelo seu regime militarizado que funcionava como internato, semi-internato e externato misto.

Alfabetizada muito cedo, a veia de educadora da futura professora Lalia começava a pulsar aos oito anos de idade, quando seu pai providenciou um estrado para que ela pudesse ficar mais alta que os alunos que já estavam por ela sendo alfabetizados.

Numa casa, em que a cultura era fortemente incentivada, os saraus musicais faziam parte da rotina. Seu Toinho, que além de educador, houvera atuado nos idos de 1915 como jornalista na cidade do Rio de Janeiro, também era farmacêutico e tinha formação musical a ponto de compor algumas partituras, incluindo aí alguns hinos sacros. Cada um dos filhos de seu Toinho e dona Zizi aprendia logo cedo a dominar com maestria um instrumento musical. A professora Lalia se tornou uma exímia pianista e viria a ministrar aulas de piano.

Em Aracaju, prestou exame de admissão no Colégio Patrocínio São José onde concluiu o ginásio e o pedagógico, recebendo forte influência dos pilares de formação cristã da Congregação Franciscana, vindo a concluir mais tarde a formação superior em Pedagogia com Habilitação em Administração Escolar, na Faculdade Pio Décimo.

Casou com José Silva de Souza, topógrafo, desenhista e bacharel em Administração, com quem teve quatro filhos: Abelardo Neto, Ana Lúcia, Lívia Cordélia e Ramon José.

Sua maior realização foi, sem dúvida, quando assumiu a direção do Grêmio Escolar Graccho Cardoso. Fundado em 21 de abril de 1952, na cidade de Aracaju, o Colégio Graccho, como passava a ser denominada a Instituição, começou aí um processo de modernização não somente na sua política pedagógica, através de parcerias com renomadas instituições nacionais, bem como com uma presença acentuada e vitoriosa no esporte estudantil, na cultura e no incentivo à iniciação científica.

Educadora, com visão de vanguarda, desenvolveu o empreendimento educacional com o fundamental apoio de seu esposo na ação administrativa.

A tradicional instituição educacional atuou durante sessenta e cinco anos na formação de milhares de jovens, suspendendo as suas atividades educacionais em 31 de dezembro de 2017.